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quinta-feira, junho 11, 2009

10 de Junho - (nas palavras de alguns dia do trabalhador!) - O Império das 27 maravilhas


Ontem, dia de Portugal, de Camões, e das comunidades portuguesas, foram divulgadas as 7 maravilhas de origem portuguesa no mundo. A votação decorreu de 7 de Dezembro de 2008, a 7 de Junho de 2009. Não se sabe se abstenção foi grande ou pequena, mas aventuro-me a especular que terá sido bem mais significativa que a das europeias. Se existe quem não saiba sequer o significado do 10 de Junho (durante uma entrevista na rua alguém respondeu que era o dia do trabalhador!), é normal que haja quem não tenha qualquer tipo de interesse no património ou na história de Portugal. Para muitos, o 10 de Junho é mais um excelente feriado para passar o dia no shopping, ou (se o tempo ajudar) na praia.

Contudo, esta iniciativa das 7 maravilhas de origem portuguesa no mundo teve o condão de mostrar o quanto fomos, a certa altura da nossa história, ubíquos e influentes em toda a parte. Tivemos a hegemonia dos mares e do comércio durante 150 a 200 anos, mas acabámos por ser ultrapassados e a até certo ponto subjugados por outras potências europeias com maior potencial bélico e humano, nomeadamente pelos ingleses e pelos espanhóis. Mas o que é admirável no meio disto tudo é o facto de sermos, na época, menos de 3 milhões de portugueses, e de termos sido a primeira potência mundial a lançar as bases de um império, e a última a perdê-lo. Com isto não quero expressar nenhum tipo de saudosismo nacionalista ou passadista. É apenas pura curiosidade intelectual. O império nasceu com a tomada de Ceuta em 1415, e terminou, 587 anos depois, com a independência de Timor Leste em 2002. Quantos portugueses sabem isto? É óbvio que uma visão demasiado romântica sobre os descobrimentos esconde outras realidades menos românticas. Também pilhámos, subjugámos pela força, convertemos com a bíblia numa mão, e o chicote na outra. No entanto, fomos talvez dos menos maus entre os maus. Não foi nunca nosso hábito o extermínio e a chacina, e sempre fomos mais adeptos do diálogo do que da imposição cega. Tivemos um Padre António Vieira, símbolo da diplomacia e da defesa dos oprimidos, que sempre cultivou uma atitude de tolerância e pedagogia perante os ditos «selvagens» do Brasil. E Vieira é apenas um exemplo possível.

De todos os locais do mundo onde estivemos e onde deixámos marcas, tanto físicas como a nível dos hábitos e costumes, admirou-me a fortaleza de Ormuz, no Irão, em pleno estreito de Ormuz. Hoje fala-se muito no estreito de Ormuz, em parte por ser um ponto estratégico por onde passam diariamente toneladas e toneladas de barris de petróleo, e por ser um ponto quente de discórdias latentes entre as grandes potências e o Irão. Pois é. Nós fomos os primeiros europeus a lá chegar e a controlar, a partir de lá, as rotas marítimas entre a Ásia Central e a Europa. Tive pena que não fosse esta uma das 7 maravilhas escolhidas, não tanto pelo aspecto estético da fortaleza, mas por aquilo que ela representa.

As 27 maravilhas portuguesas, espalhadas por 16 países, são as seguintes:

Centro Histórico de Malaca
Sé Catedral de Goa
Convento de St. António e Ordem Terceira
Fortaleza de Mazagão
Ilha de Moçambique
Mosteiro de São Bento do Rio de Janeiro
Fortaleza de Kilwa (Quíloa)
Forte do Príncipe da Beira
Convento de São Francisco e Ordem terceira
Convento do Carmo de Luanda
Cidade Velha de Santiago
Gorgora Nova
Mosteiro de São Bento de Olinda
Igreja de São Francisco de Assis da Penitência
Santuário do Bom Jesus de Matosinhos
Fortaleza de Safi
Colónia do Sacramento
Fortaleza Qal’at al Bahrain
Igreja de São Paulo
Igreja do Bom Jesus de Goa
Fortaleza do Bom Jesus de Mombaça
Cidade de Baçaim
Fortaleza de Damão Grande
Fortaleza de Diu
Fortaleza de Ormuz
Fortificação de Mascate
Fortaleza de São Jorge da Mina

Para mais infomações e para conhecerem também os vencedores, não hesitem em clicar aqui

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