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terça-feira, janeiro 17, 2006

Certos momentos pedem-me palavras.
Reclamam-nas, com um fluir metafísico que não ignoro...

Talvez porque o aceite
Integro-o subtilmente na sina que me rege -
Dever etéreo e pleno de toda a Verdade...

É um entender musical,
Emergido do não-sei-quê da melodia que penso pensar
- melhor dito, que me pensa -
e por onde erro pisando o chão outonal de um brumoso jardim...

- Talvez uma nobre e breve aceitação -

Quem sabe a Verdade surgida do meu carácter abstracto
- interior inquilino que me mora -

...
Eu...

Lágrimas
Tensões libertadas.
Espaços para chorar tudo o que se é
E não é...

Ó melodia...
Por que trazes alada em ti a emoção de um cadáver deserto?
Redimes a carne carregando em ti todas as tristezas humanas?

Pobre Homem
Procuro escrever uma sinfonia.
Não sei se me bastam as palavras...
Não sei se a melodia a que me proponho é Parte
Ou Tudo.

Talvez nunca a complete.
Talvez não me esteja destinada tal proeza
Senão a da intuição quase carnal desse,
Tudo...

Lá vou vencendo em espaços, lapsos temporais –
Simples pedaços...

Carrego o fardo supremo do Arké
Sem nunca o ter objectivamente vislumbrado
- porque se o fizesse deixaria de ser Arké -
...

Não me escapam em certos momentos
Os élans vitais...
Sei-os apenas e só,
De um saber simpático
...