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quarta-feira, junho 25, 2014

"Se", de Rudyard Kipling

(Tradução minha do original "If"; ver original aqui

Se não perdes a cabeça quando todos à tua volta
Perderam as suas e te culpam por isso,
Se te manténs confiante quando todos duvidam de ti,
Mas reconheces o seu direito a duvidar;
Se és capaz de esperar sem desesperar,
Ou de nunca mentir, mesmo quando mentem sobre ti,
Ou de nunca odiar, mesmo quando és odiado,
E ainda assim não te revelas bom demais, nem presunçoso ao falar:

Se és capaz de sonhar sem te deixares subjugar pelos teus sonhos;
Se és capaz de pensar sem que o pensamento seja o teu único fim;
Se, quando confrontado com o Triunfo e a Desgraça,
Tratas estes impostores com igual desprezo;
Se suportas ver as verdades que uma vez pronunciaste 
Distorcidas por gente sem escrúpulos para servirem de armadilha aos tolos,
Ou se te deparas com a ruína de tudo aquilo por que lutaste,
E tens força para reconstruir tudo de novo com ferramentas gastas:

Se és capaz de arriscar todas as tuas conquistas passadas,
Numa única jogada de sorte,
E perder, e começar tudo do início
E jamais abrir a boca sobre a tua perda;
Se és capaz de dar o máximo do teu coração, nervos e tendões,
Mesmo depois de terem perdido toda a serventia,
E persistir quando já nada mais existe em ti
Senão essa Vontade que não cessa de lhes dizer: "Persistam!"

Se és capaz de te dirigir às multidões sem perderes integridade,
Ou caminhar lado a lado com Reis, sem perderes a simplicidade, 
Se não te deixas magoar, nem por inimigos nem por amigos muito amados;
Se todos os homens podem contar contigo, mas nenhum em demasia;
Se consegues encher cada minuto que passa, implacável,
Com sessenta segundos que valham uma vida inteira,
O mundo é teu e tudo o que nele há,
E, acima de tudo, serás um Homem, meu filho!