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sábado, setembro 22, 2007

febre



Há uma dor que acorda à noite
Enquanto procuramos dormir e não conseguimos
Como uma febre..
Todas as febres são maiores à noite
Quando o corpo, amolecido pela cansaço do dia
Está mais frágil e débil..

Há uma dor comum
Uma saudade que corrói como uma úlcera
Enquanto tentamos esquecer
E todas as nossas acções mais não são
Do que afogar esta vontade
De gritar..

Abro a janela e vejo a noite
Cansada como eu..
Estristecida pelo Verão que se despede..
Suspiro..
O que me falta? Quem sou eu?

Apetece-me acender um cigarro..
Apetece-me o amor..
Todos os homens guardam em si a memória
do seio materno..
Sublimo em fumo a frustração
Fecho os olhos..

Onde estás mulher que me assombras
Como te adoro – como te amo..
Como queria completar contigo o vazio que me consome..
A noite está quieta
E eu tão profundamente e febrilmente
inquieto..

...