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terça-feira, setembro 30, 2008

Pura Solidariedade Animal



Ao que parece, o instinto de solidariedade não é de todo um exclusivo da espécie humana. Cientistas sul-coreanos filmaram este video no mar do Japão, em que vários golfinhos tentam manter um seu companheiro à superficie, impedindo-o de ir ao fundo e se afogar. Ao que parece o golfinho estava muito doente. Apesar do esforço admirável dos seus companheiros em mantê-lo à superficie para que pudesse respirar, uma hora depois ele acabou por ir ao fundo e morrer.

quarta-feira, setembro 24, 2008

Conto Inacabado para Governantes Inacabados





É muito dificil dirigir os homens. É mais fácil empurrá-los.
Tagore, Rabindranath





Tinha nascido para ser rei. Possuía todas as qualidades de um homem nascido para dirigir, liderar, governar. De uma inteligência fabulosa, analítica e racional; uma disciplina prodigiosa que regia a sua vida quase ascética; uma bondade e um senso de justiça exemplar; um carisma que lhe permitia estar tão à vontade com um carpinteiro como com um monarca da sua índole. Nunca acreditou nas ideias de um Maquiavel. Um príncipe não tinha que ser temido para ser respeitado; um príncipe respeitava e fazia-se respeitar, por isso era amado. Conhecia todos os funcionários, secretários, guardas e demais cortesãos pelo nome próprio. Saia frequentemente do reino, quase sempre rodeado apenas da guarda mais próximo. Raramente levava grandes comitivas. Gostava da liberdade de andar entre as pessoas, como um homem normal; partilhava em conversas de pé-de-orelha as suas próprias fraquezas; arrancava das multidões gargalhadas imensas com caricaturas de si próprio. Tinha um humor esplendoroso, brilhante e desarmante. Sabia ser sério na hora certa, mas até a mais séria das crises era enfrentada com a calma de um sorriso confiante. Achava a guerra a manifestação mais pura da fraqueza humana. Estava pronto para defender o seu povo, mas não estava pronto para matar por ele. Fá-lo-ia apenas em última e derradeira instância, quando toda a diplomacia tivesse falhado. Se os seus embaixadores falhassem, ia ele próprio face a face, confrontar o monarca belicoso com a insensatez dos seus planos. A maior parte dos que tinham coragem para fazer a guerra acobardavam-se perante a ideia de se confrontarem num diálogo franco e sério com o monarca adversário. Sabiam ser mais fácil refugiarem-se nos seus emissários e nas soluções ilusórias que a força lhes trazia; muitos conheciam a imoralidade das suas acções, mas desculpavam-se com a realpolitik, ou com a incompetência dos seus diplomatas. O nosso rei sabia tudo isto. Não lhe era indiferente a pesada dificuldade de governação. Sabia que, em certos momentos, os seus ombros quase soçobravam sob o peso de uma só decisão difícil, mas absolutamente necessária. Sabia como era importante para um governante ser inteligente, e também conhecia bem a diferença entre inteligência e esperteza. Ser inteligente, era fazer o certo na hora certa, sem atalhos ou subterfúgios. Ser inteligente era sobretudo saber o que devia ser feito, e ter a coragem para fazê-lo. Um rei devia sempre assumir as suas responsabilidades; ele era o ungido, recebendo a coroa com a noção de que o seu peso consistia mais naquilo que representava do que na quantidade de ouro ou pedras preciosas de que era feita.

O nosso monarca baseava toda a sua governação numa noção própria de Homem. A acção, o serviço governativo tinha como missão libertar o ser humano. Libertá-lo da pobreza, e sobretudo libertá-lo da ignorância. Libertá-lo, mas não forçá-lo. Toda a acção do governante deveria ser pedagógica, exprimir valores e princípios, reforçar instituições de forma a tornar a sociedade independente e auto-crítica. O primeiro dever do rei consistia em dar a todos sem excepção, os meios para por si mesmos, se libertarem da escuridão e do obscurantismo. Todos deveriam aprender a ler, escrever, mas sobretudo a conscientemente exprimirem a suas opiniões acerca do mundo; a sociedade não podia ser feita de escravos, mas de pessoas. A administração do reino tinha se de preocupar com a economia, como é lógico. Era importante que todos se alimentassem, que todos pudessem satisfazer antes de mais as necessidades mais básicas da sobrevivência. O fundamental porém, não era de carácter económico. Só um reino de cultura, de aprendizagem, educação, arte e ciência valia e pena. Um reino não era um grande mercado onde todos compravam e vendiam; onde uns enriqueciam e outros empobreciam. O reino que interessava era o reino da liberdade e da cultura.

Mais poder, mais responsabilidade.
Não basta querer glória, é preciso estar preparado para ela.
Não basta ser maior, há que pagar por isso.
O maior homem de todos os tempos é aquele que assume a responsabilidade de ser quem é.
É aquele que não se esconde,
aquele que não perde tempo a admirar o que pode vir a tornar-se, mas torna-se naquilo que pode vir a ser, deixando para os outros a tarefa de o admirar,
ou de o condenar.

segunda-feira, setembro 15, 2008

Chegar ao CERN da questão - a «máquina de Deus»


O novo LHC está a dar que falar. Finalmente, 20 anos passados sobre o inicio da sua construção, a nova máquina colisora está a funcionar.

Muito se tem falado, e sobretudo, especulado sobre este laboratório gigante. A notícia que correu mundo e que motivou a abertura dos boletins noticiosos era que esta máquina iria «simular o Big Bang», e os «milésimos de segundo» que sucederam a Grande Explosão primordial. Imediatamente os jornalistas no seu «leiguismo» indisfarçável, e influenciados pela «partícula divina» da ciência (bosão de Higgs), chamaram teólogos, confrontaram-nos com cientistas e elevaram rapidamente esta experiência ao confronto último entre Deus e a Ciência. Repito, um leiguismo e uma ignorância que infelizmente os jornalistas portugueses não conseguem disfarçar. Inclusive alguns nem pretendem fazê-lo, por considerarem o seu leiguismo natural ao ponto de se regozijarem de não perceberem nada de ciência. Esta ignorância leva-os a fazerem as perguntas erradas e, inevitavelmente, informarem mal a grande maioria da população, cuja cultura científica consegue ser muitas vezes ainda mais reduzida.

Como disse um desses cientistas convidados num desses momentos extraordinários de informação, o LHC não é novidade senão na escala em que está a ser posto em prática. Existem aceleradores de partículas nos EUA há vários anos. A diferença está na energia e na escala superior a que estas colisões serão postas em prática. O LHC é um enorme complexo, cuja estrutura essencial se resume a um tubo circular de 27 km de perímetro, situado a 100 metros de profundidade em solo suíço. O objectivo é fazer com que os protões (partículas elementares opostas aos electrões e que existem em todos os núcleos atómicos) circulem nesse tubo a velocidades cada vez mais rápidas atingindo por fim uma velocidade muitíssimo próxima da velocidade da luz (300 mil km por seg). É introduzido de seguida um feixe de protões em sentido inverso ao primeiro, provocando colisões em 4 pontos diferentes da circunferência. Essas colisões absolutamente brutais, a uma velocidade brutal e uma energia inimaginável, provocam a imediata fragmentação dos protões em (assim se espera) novas e interessantes partículas (quem sabe) desconhecidas.

Ora, a matéria, por uma questão de lógica, não se pode dividir indefinidamente. Tem de haver um ponto em que não é possível dividir mais. Tal partícula terá de ser absolutamente simples, porque não composta. Por isso chamam «partícula de Deus» a esta tal partícula de Higgs, porque Deus sempre foi visto como o ser mais simples, não composto, por isso perfeito.

O tal bosão de Higgs será a mais elementar das partículas? O físico Peter Higgs (que deu o nome à hipotética partícula) acha que sim. A questão é que, no puzzle da teoria das partículas e do Big Bang, falta uma peça que explique como foi possível às primeiras partículas adquirirem massa (peso, embora não seja exactamente o mesmo. A massa é a quantidade de matéria de um corpo, e o peso é a força que a gravidade exerce sobre a massa de um corpo).

Há muitos receios por parte, inclusive, de cientistas. Alguns tiveram o desplante (ou quem sabe a coragem) de apresentar providências cautelares ao TEDH (Tribunal Europeu dos Direitos do Homem) para que esta instância impedisse o LHC de ser posto a funcionar. Não conseguiram, porém, impedi-lo. Falam em buracos negros que podem engolir a terra. Será possível? Eu próprio sou um enorme leigo nesta questão, mas até eu sei o que é necessário para criar um buraco negro, e não se parece nada com colisões de protões. Um buraco negro é criado pelo colapso gravitacional de um enorme corpo com uma massa bem superior à do nosso sol. O colapso progressivo de uma grande estrela pode chegar a um ponto tal em que a gravidade nas redondezas do corpo colapsado é tal, que nem a luz lhe consegue escapar. Toda a matéria nas suas redondezas acaba por ser «sugada» e «desaparecer», quanto mais não seja da vista de todos, pois deixa de emitir qualquer tipo de luz. Não me parece que isto possa acontecer no LHC. Se falarmos de anti-matéria, então nesse caso nunca se sabe o que pode porvir. Sabe-se que a colisão de partículas origina aqui e ali partículas de anti-matéria, mas na maior parte dos casos são partículas que não duram mais que uns milésimos de milésimos de segundo. Não têm estabilidade. A questão é que se sabe, pelo menos em teoria, que a matéria em contacto com anti-matéria provoca uma brutal libertação de energia e uma espécie de reacção em cadeia. Fala-se que na famosa explosão em 1908 em Tungusca, na Sibéria, a reacção que arrasou com a floresta num raio de 60 km, provocou um sismo que se sentiu a milhares de quilómetros e uma coluna gigante de fumo, terá sido provocada por um pedaço de anti-matéria. Não foi um meteorito porque não se encontrou qualquer cratera de impacto, nem pedaços de rocha fundida, típica de zonas de colisão. Não foi nenhuma experiência nuclear, porque em 1908 nem se sonhava ainda com a hipótese de que se pudessem construir armas nucleares. Por isso, se foi anti-matéria, o que podemos esperar no futuro?

Mas claro que são tudo hipóteses polvilhadas com a fértil imaginação humana. O LHC tem muito a ensinar-nos no futuro, se o homem aprender de uma vez por todos o equilíbrio entre ciência e moral.

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segunda-feira, setembro 08, 2008

PSD em coma profundo




A cada dia que passa, o PSD parece morrer um bocadinho. Esvaziado de ideias, fragmentado em milhentos cacos, com oposição interna visível, como uma ferida aberta, exposta ao público. O PSD parece estar ferido de morte. Mas até os feridos de morte, por vezes, se regeneram ainda com mais força e vigor.

Os factores para esta morte lenta do PSD são muitos. Na minha perspectiva, esta morte começa no afastamento prolongado do poder central. Em 33 anos de história, o PSD esteve 16 anos no governo. Inevitavelmente, este apego governativo influencia as estruturas de um partido, molda a sua forma de trabalhar, de agir e pensar. O poder une o partido, dá-lhe um motivo para existir e, inevitavelmente, sustenta esta união na base de alguns interesses que se deixam seduzir pelo doce odor do poder.

Subitamente arredado do poder, o PSD tende a comportar-se forma diferente, secciona-se e divide-se, tantos e tão diversos são os interesses que o constituem. Infelizmente, a tendência liberal do partido é como um íman para interesses económicos que, à distância do poder, longe da expectativa do interesse, não só deixam de unir o partido como o abandonam, esvaziando-o e tornando-o inócuo. Começou por ser um partido de ideologia, de marca, de carisma. Mas progressivamente foi perdendo a ideologia e o carisma, para dar lugar ao «bloco de interesses». A ideologia passou a ser nenhuma, e na capa desse contraditório de que o partido tanto se orgulha esconde-se e mascára-se esta falta de fio condutor e de meada, que o partido já perdeu há muito. Durante a meada do poder, o progresso, o desenvolvimento, a democratização, eram de facto razão e sentido para a sua existência. Terminado o poder, os interesses deslocaram-se, emigraram para outros forças políticas onde poderiam ser correspondidos. Deslocaram-se para um PS, que é hoje, não só uma sombra do que foi e um constante carnaval ideológico, como o principal defensor dos interesses económicos, financeiros, políticos que, em tempos, estavam sob a guarida do liberal PSD.

A maior desgraça do PSD é ser obrigado a fazer oposição. A desgraça do PSD é ter que dar a entender à opinião pública que se opõe ao governo, mesmo quando não sabe escolher entre o mais semelhante e o menos semelhante do pensamento dos dois partidos. O ideal seria o partido de facto dizer perante o povo «não vale a pena falar por falar, fazer oposição ao que não tem oposição porque estamos de acordo, por isso, vamos reduzir-nos a uma profunda insignificância, e só falar quando valer a pena.» E não é o que se tem passado? Não será este o pensamento mais profundo da líder actual, Manuela Ferreira Leite? Mas porque, por qualquer lei ainda não bem entendida o PSD tem mesmo de se opor, de fazer malabarismos para mostrar que é diferente e alternativo, então que se oponha com minúcia, com o cuidado de quem se quer manter credível, e quando atacar esta ou aquela proposta o faça não de forma gratuita e irresponsável, mas com uma crítica no bolso esquerdo, e uma alternativa concreta no bolso direito. Lembro-me por exemplo da crítica que o PSD de Marques Mendes soube fazer ao aeroporto da OTA, alternando de seguida, com uma proposta que tempos mais tarde, se revelou vencedora. À distância de um ano e pouco, vê-se que Marques Mendes até não era um mau político…

O PSD deve mostrar-se alternativa, mas não deve querer inventar uma sobre a pressão dos média e do desespero da sociedade. O melhor que pode fazer, é mostrar-se uma reserva para tempos vindouros, uma espécie de guarda ou polícia, pronta a intervir perante uma crise profunda, ou qualquer falha grave do governo que estiver no poder.

Bem vistas as coisas, o PSD não está morto. Está apenas em coma profundo.

quinta-feira, setembro 04, 2008

!! de Setembro - Uma exclamação para o futuro



Estamos em vias de comemorar o sétimo aniversário do atentado às Torres Gémeas, em Nova Iorque no coração dos EUA. Entenda-se que comemorar, neste caso particular, possui o verdadeiro sentido etimológico de «co-memorar», ou seja, lembrar em conjunto. Pois factos desta envergadura só podem ser lembrados em conjunto porque afectam o conjunto, e não apenas uma parte da humanidade. São factos verdadeiramente históricos, que só poderão ser compreendidos na totalidade quando a poeira da especulação, da controvérsia e dos interesses de uma época tiver finalmente assentado. Para muitos, o dia 11 de Setembro de 2001 mudou o mundo. Ora, mudou de facto alguma coisa. Mudou o modo como entendemos as relações entre as nações, fez o mundo ocidental sentir-se mais frágil e vulnerável. O facto do atentado ter sido perpetrado em pleno solo americano, não foi por acaso, nem poderia deixar de ser sentido como uma tragédia de todos. Que ninguém esperasse ver os EUA adormecidos, embevecidos no seu american dream. Era inevitável uma reacção, que tem muito de revanchista de homem com o orgulho ferido. Em plena Segunda Guerra, sofreram um Pearl Harbor, e a reacção não foi muito diferente. Foi dura, incisiva, destrutiva, expurgada de qualquer dúvida. A vingança engendrada a partir do dia 12 de Setembro de 2001 teve ainda muito deste poder. E continua a ter. Uns EUA ligeiramente esquecidos retomaram o seu lugar de «polícia do mundo». Arrogaram-se imediatamente no «direito moral» de destruir o terrorismo onde quer que se encontrasse, ainda que a ONU se opusesse com todas as suas armas legais. Lançaram em 2002 uma guerra contra o Afeganistão e, em 2003, o Iraque viu-se invadido e posto a ferro e fogo. Rapidamente os americanos se estribaram nesse seu recém-reforçado poder moral para encontrarem aliados nesta «guerra contra o terror», e ninguém esqueceu ainda as palavras de Bush: «Quem não estiver connosco, está contra nós.»

A partir de 2001 o mundo redesenhou-se numa geopolítica diferente. Em vez de blocos clássicos como «bloco capitalista» ou «bloco comunista (geopolítica da Guerra Fria), surgiram os países do Eixo do Bem, e os do Eixo do Mal. De um lado, uma espécie de cruzados contra o terror; do outro, os seus apoiantes. Churchill se fosse vivo diria que uma espécie de prisão de ferro se abateu sobre o Oriente, da Síria à Coreia do Norte. E não fugiria muito da verdade. Depois de 2001 antigos ódios emergiram, antigas divisões latentes na consciência de todos tomaram forma. A imediata e irresponsável colagem do terrorismo aos muçulmanos só poderia ter como consequência um novo cisma Cristãos/Muçulmanos, e a perigosa ideia da cruzada contra o mal e a tirania. Mas talvez a mais perigosa herança do 11 de Setembro seja a perigosíssima noção de que os meios justificam os fins, e que a segurança justifica repressão, invasão da privacidade, e um retorno aos campos de concentração onde a injustiça, a arbitrariedade e o secretismo substituem os Direitos Humanos e o Direito Internacional. Guantanamo é só comparável à ferida da escravatura na história americana. Ao mesmo tempo, as decisões unilaterais dos EUA contribuíram de forma sem precedentes para a descredibilização da única instituição mundial que pode trazer a paz – a ONU.

O 11 de Setembro fragilizou o mundo e a democracia. A resposta dada não foi nem a mais correcta, nem a mais proporcional. Na verdade, só a luta contra a ignorância e o fanatismo pode resolver de forma duradoura esse cancro do terrorismo. E ignorância e fanatismo existem em todos os países do mundo. Sete anos depois o Afeganistão e a luta contra os Talibã continua longe de terminar, e os soldados da coligação mortos são um preço demasiado alto a pagar pela precipitação. No Iraque a guerra civil é clara, e torna-se cada vez mais óbvio para todos que nunca o país do Eufrates será de novo uma nação unida. E o terrorismo continua a fazer vitimas, novos ódios vão renascendo, e o Irão parece ser agora a maior ameaça ao Ocidente. Matar árabes legitima todo aquele que disser que morre para os defender. É este o maior erro do Ocidente, dar razão a quem não tem razão mas sabe aproveitar-se do mal que está feito. Até a Rússia de hoje começa a levantar algum cabelo contra a pretensão americana de dominar e se expandir até às suas fronteiras sob a máscara da NATO. Será isto positivo? Estou certo de que o 11 de Setembro contribuiu para isto.

Morreram milhares de pessoas inocentes. O mundo chorou, o mundo comoveu-se e acordou. As duas torres são como dois pontos de exclamação que pontuam o passado e se admiram perante o futuro. Vale a pena pensar nisto.