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segunda-feira, junho 20, 2005

Passam as horas

Passam as horas na minha realidade... Na minha sim, pois o tempo assim como tudo o que é humano, é subjectivo.
Onde vou; de onde vim; para onde vou - questões pertinentes e sensatas! Quem sou eu? - Eis a questão que tudo engloba! Não é isto que procuramos desvendar com a nossa filosofia, a nossa ciência, o nosso cogitar? Dizia A. da Silva «Ciência, Arte, Filosofia. Tudo ilusórias formas de agitar-se.»! Andam todas as formas buscando a intuíção original que lhes deu origem. O amor... esse liga-nos à terra e ao existir material; o resto busca a essência, o élan vital de todas as coisas. Dizem esses que se auto-intitulam «existêncialistas ateus» atrás da justificação da sua existência perante o absurdo. Talvez devessem compreender que o absurdo está única e exclusivamente nas suas cabeças, de onde vem também toda a noção de separado, de vário e de aparência. Compreende primeiro o Eterno para depois entenderes o temporal - eis o segredo. Só depois de entenderes a Grande Máquina e a sua razão de existir compreenderás a função da peça, e o seu enquadramento. Digo-te para que melhor entendas: conhece-te a ti mesmo para que, quando quando tiveres conhecido todo o Universo tenhas conhecido a totalidade. Sei que há algo parecido no evangelho de S.Tomé. Vale a pena ler as citações lá escritas, que são os preceitos do verdadeiro cristianismo...ou catolicismo no sentido grego da palavra.
A ideologia universal renega o ídolo; a ele não se presta adoração senão à universalidade que lhe está inerente. O credo que une todos os credos é a síntese suprema ligada pelo espírito, e não pelo mero ritual, que não é mais que vaidade e síntoma da vontade de domínio.

2 comentários:

Anónimo disse...

Pura e simplesmente escrever, dizes tu. Poderás ir por aí. Mas acho que procuras muito mais do que isso na escrita. Escrever, como muito bem sabes e executas, é viver. Escrever é ver e ouvir, rir e chorar, ter e dar, amar e, por que não, odiar.
Escrever é ser, pura e simplesmente.
Por isso, Rúben, nunca queiras “pura e simplesmente escrever”. Até porque, pelo pouco que conheço de ti – e pelo que já li do que escreveste – sei, tanto eu como tu, que queres muito mais da escrita.
A escrita és tu.
Por isso, escreve para viveres, escreve porque vives, escreve porque és, escreve para seres.
Escreve, Rúben, escreve sempre. Tal como respiras: sem perguntar porquê. E, por que não (parte II), sem saber porquê.
Escreve como se sangrasses: com o mais puro que tens dentro de ti.
Escreve como amas: com entrega ilimitada, com a carne, as veias, o coração, a alma.
Escreve com humildade: porque és, com a tua lucidez, um veículo, não um eleito.
Escreve com confiança: nunca te deixes derrotar nem pela mesquinhez alheia nem pelos teus acessos de desânimo.
Escreve com raiva: porque o mundo precisa de mudança.
Escreve com ousadia: porque o mundo precisa de coragem.
Escreve com carinho, com ternura: porque o mundo são os outros, mas os outros somos nós, és tu e quem tu mais amas.

Rúben, tens o dom. Não deixes que fique adormecido, escondido, algures dentro de ti. Por ele, dá o melhor que tens para dar - dá tudo - dá-te todo. E não esperes qualquer recompensa depois. O teu talento é também uma maldição: a de ver mais além, de sentir mais fundo, de sofrer mais.
Mas segue em frente. Coragem. É o teu caminho.

Parabéns. Manel.

PS – Do que escreves, gosto mais da poesia. Mas dá o desconto – afinal, quem sou eu?

Anónimo disse...

22.Junho, reportado a 1985. Um "poeta" nasceu. Agradeço a Deus o ter-me escolhido como veículo para a colocação deste Poeta no Mundo. Neste mundo em que vivemos e em que, pessoas como o Ruben, tão necessárias são. Conheço-o, não só como meu filho e, escusado será dizer que tenho imenso orgulho em ser mãe dele. Mas, conheço-o, sobretudo e, admiro-o, pela sua inteligência, forma de estar na vida, bondade, capacidade de se colocar no lugar do seu próximo e... acima de tudo... da pureza de espírito e ausência de maldade. Obrigada, Deus, ou, sejas Tu quem sejas, por me teres dado a satisfação de ter uma pessoa como o Ruben na minha vida. Sou pobre, materialmente, mas a mulher mais rica do mundo e mais feliz pelo facto do Ruben ser metade do meu tesouro, juntamente com a outra metade que é a sua irmã. Não sei se alguma vez terei tido influência na forma de ser do Ruben, mas... sei, isso sim... que eu e ele, completamo-nos. E... apesar de sermos ambos seres do mundo... estivemos, estamos e estaremos, eternamente "ligados". Quantas vezes... um olhar meu desperta no poeta um pensamento suigéneres... e... um olhar do poeta desperta em mim algo incapaz de qualquer outro ser despertar.
Obrigada meu filho. E... dá-te ao mundo. A tua poesia será reconhecida. Continua. Sejas poeta ou não sejas "nada", serás... eternamente... Meu Filho. Amo-te!