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segunda-feira, maio 19, 2008

Texto escrito segundo Acordo Ortográfico

Pela primeira vez na minha vida escrevo segundo o acordo ortografico. Primeira, e espero bem que ultima. Pergunto-me se as pessoas se conseguirao abituar a tamanha pobreza de estilo, mas tambem sei que muita gente nao tera dificuldade, porque afinal nunca soube bem colocar os acentos, ou o h em palavras como «há» do verbo aver. O novo acordo, como podem constatar neste texto experimental, nao tem acentos graves nem exdruxulos, nem tils. Gostaria de saber o que tem os iluminados criadores deste acordo a dizer em relaçao ao acento no i... talvez um dia tambem desapareça. Seria otimo que nos explicassem o que fazer e como fazer o upgrade dos nossos offices caseiros, visto que se este texto estiver a ser escrito no word ficara pejado de traços vermelhos a decora-lo. Reconhera erro atras de erro. Sobretudo se eu disser que o inverno sera umido, e o verao seco. Ou que os ipopotamos sao animais extremamente ativos e que vivem no Egito. Sinceramente começo a estressar com esta forma de escrever, e de igual forma estao os que lem este texto........

2 comentários:

Anónimo disse...

Ola!
Não tenho por hábito comentar mas hoje não resisti. Concordo que vai ser muito difícil colocar em prática esta nova grafia (para mim vai ser, certamente) mas estou completamente de acordo com este novo acordo (que, mesmo não acentuado, ninguém confunde com o outro, o do verbo acordar contrário de adormecer,também não acentuado, tal como mais tarde, com o hábito e com a correcta interpretação do contexto sintáctico, acontecerá com o pára/para). Adiante, a língua é um fenómeno em constante evolução: a sua grafia, morfologia e sintaxe mudam conforme os falantes e vão sempre continuar a mudar. Que sentido faz escrever "acção" se o /c/ é mudo? Por que não adequar a grafia à fala se, afinal, quem faz a língua são os falantes? Qual é o problema de uma proposta que apenas pretende acabar com preciosismos (e com, como tu mesmo admites, questões de estilo)? A questão não é adequar a grafia ao jeito daqueles que não sabem escrever ou, como muitos dizem (e muito me choca), ao jeito dos brasileiros. A questão é, apenas e tão simplesmente, acompanhar a evolução da língua. Na altura do anterior acordo ortográfico, "abismo" era "abysmo" e, até bem mais tarde, os advérbios de modo eram acentuados. É quase impossível imaginar escrever assim! Mas a língua muda, e a grafia muda com ela! Agora pode ser chocante imaginar escrever de forma diferente mas vai ser assim a realidade e daqui a um tempo já ninguém questiona.
Já agora, o acento nas paroxítonas e proparoxítonas vai manter-se, tal como o /h/ em haver (e em todas as palavras que o exigirem por força da etimologia). Não tenho a certeza quanto ao til mas penso que também se mantém, afinal marca a nasalidade.
A verdade é que, como já disse, a língua é de quem a fala e se tu também a falas tens todo o direito à tua opinião. Só acho que uma reflexão mais aprofundada é necessária.

(Já agora, costumo passar por aqui de vez em quando, já há algum tempo! Gosto muito, apesar de não comentar! E gosto de saber que continuas o mesmo: com a mesma vontade de dar voz àquilo em que acreditas! Continua!)

Ruben David Azevedo disse...

Obrigado pelo teu comment.. Muito lúcido e bem fundamentado.. é deste tipo de discussão que precisamos.. Eu de facto não estou contra a evolução da grafia.. ela é natural.. estou contra as motivações que estão por trás, nomeadamente de editoras brasileiras..
beijo