FreeKosova

9 pessoas responderam ao inquérito sobre o Kosovo. Não é muita gente, mas fica a ideia de que as pessoas ou não se interessam muito pelo assunto, ou então não sabem o que responder. Aparentemente a questão kosovar está muito longe, não nos diz nada, ou está muito para além das nossas vivências como portugueses, e sobretudo dos nossos problemas domésticos, que são muitos.

Porém, a questão da independência desta minúscula província com pouco mais de 2 milhões de habitantes, pode vir a tornar-se um caso sério de discórdia internacional. O Kosovo mais não é do que um enclave albanês em território sérvio. Na verdade não existe um povo com uma identidade própria em busca de auto-determinação. Os kosovares são na sua maioria albaneses que, curiosamente estão ali tête-à-tête com a Albânia muçulmana. A Rússia como sabemos, é contra a já declarada independência deste pequeno enclave, porque mesmo o país do Putin tem algumas pedras no sapato, a começar na já muito massacrada Chechénia. Os EUA, por outro lado apoiam claramente a auto-determinação kosovar, na minha perspectiva com motivações ainda não muito claras. Talvez se escudem na ideia de que os kosovares foram um povo muito massacrado portanto merecem a sua liberdade. Lembra Israel e o povo judaico, também um povo massacrado em diásporas intermináveis ao longo dos séculos que acabou por ter uma pátria. Á semelhança do Médio-Oriente, o caso kosovar poderá tornar-se um enorme foco de instabilidade. Poderão surgir grupos radicais sérvios capazes de tudo para impedir o Kosovo de se tornar viável. Há países que por princípio nunca vão reconhecer o Kosovo como independente, e isto em plena União Europeia. Espanha e Grécia são dois exemplos desta discordância que pode arrastar consigo o tão sagrado projecto europeu. É impossível existir a longo prazo uma política externa comum da UE nestas condições.

O Kosovo para já não é viável. Vai continuar dependente da ONU, da NATO, da UE. Todos nós, contribuintes iremos pagar esta aventura. Boa ou má, o futuro dirá.