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terça-feira, maio 18, 2010

sobre o individualismo



Deixo-vos um interessente artigo escrito pela minha irmã mais nova no âmbito da disciplina de Português. Vai pelo bom caminho....

A tendência da sociedade actual é a de enriquecer cada vez mais o espaço individual em detrimento do espaço colectivo. Ao longo das últimas décadas o individualismo tem vindo a acentuar-se, reflectindo-se no modo como as pessoas se relacionam umas com as outras. Este fenómeno é mais visível nos grandes aglomerados populacionais onde factores como a tecnologia e a competitividade económica muito têm contribuído.

Antigamente, o espaço público era mais valorizado. As actividades do quotidiano eram partilhadas pelos vizinhos pois a pouca tecnologia existente era comunitária. Desta maneira, existia uma relação de dependência entre os habitantes. Por outro lado, nos tempos actuais há uma privação da comunicação presencial. Factores como a tecnologia, a economia e a insegurança vieram mudar todo o comportamento da sociedade. Actualmente, tecnologias como a internet valorizam cada vez mais a comunicação virtual, desvalorizando a presencial. Existe agora todo o tipo de produtos tecnológicos ao nosso dispor, nas nossas próprias casas, fomentando assim a independência da sociedade. Em consequência da riqueza dentro do lar, a sociedade capitalista onde vivemos vem completar tudo o que foi dito. Todo o funcionamento dela visa o lucro e a compra desmedida. Cada produto ligeiramente mais eficiente que o anterior é “bombardeado” pela capacidade apelativa da publicidade. Outro factor de valoriza o individualismo é a insegurança existente nos cidadãos. Devido ao contraste de riquezas existente nestes aglomerados populacionais, a criminalidade tende a aumentar, potenciando a insegurança do cidadão e da propriedade privada.

Desta maneira, e complementando tudo o que foi dito anteriormente, o sucesso profissional tornou-se a plataforma da felicidade. Este sucesso permite ao cidadão ter uma vida mais confortável, recheando a sua cada com a mais alta tecnologia que se tornou tão desejável graças às maravilhas da publicidade.

Em última análise, vivemos num ciclo vicioso. Deixou de haver o espaço colectivo para haver diversos espaços, tanto ao nível dos espaços individuais como ao nível dos espaços que reflectem a divisão da sociedade em classes. Assim, o indivíduo e as colectividades deixam de se ver inseridos num espaço que é de todos e cuja responsabilidade de manter é de todos, para se tornarem cada vez mais senhores da sua “pequena propriedade”. Um exemplo disto é a ilusão de que “a minha vida e o meu bem-estar não depende do bem-estar dos outros”. No entanto, depende. E cada vez mais num mundo global onde todas as relações são interdependentes. Mesmo assim, o mundo onde vivemos leva-nos a perceber que a ilusão da independência tem de se esbater perante as novas realidades económicas, sociais e ambientais.

2 comentários:

Joaquim Gonçalves (pai) disse...

Espectacular Rita. Parabéns!

Anónimo disse...

Muito bem! Na senda do R.